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terça-feira, 9 de julho de 2013

Eu nasci assim do meu jeitinho

   

Há alguns anos atrás, em um dia chuvoso, um garotinho de 10 anos sai da escola sorrindo rumo ao seu ônibus um pouco velho que vai para sua casa no interior daquela cidadezinha. O garotinho corre até o ônibus com sua maletinha na cabeça sorrindo por estar feliz, pois fizera um desenho para o seu papai. O chão era barrento e o garoto chega ao ônibus com os pesinhos todos sujos. Ele se senta em um banco ao fundo do ônibus e espera que o mesmo parta rumo a sua casinha no interior.
Passados alguns minutos, mais três meninos maiores adentram no veículo já com o motor ligado, eles sentam-se nos bancos estofados de cor marrom ao meio do ônibus e o mesmo fecha a porta e começa a andar. A chuva escorria na janela do veículo e o garotinho admirava aquela coisa simples da vida.
Vários minutos se passam e uma menina da classe do garotinho estava sentada nos bancos da frente chama-o pelo seu nome. O menino sentado nos bancos no interior do veículo vai até a menina se segurando nos canos de ferro para se equilibrar com o movimento do ônibus.
– Você vai à minha casa hoje? – pergunta a menina.
– Está chovendo e eu quero mostrar o desenho que eu fiz para o meu papai! – responde o garotinho.
– Tudo bem!
O menino sorri para a garota e começa a voltar para o interior do ônibus passando por aqueles três meninos na metade do veículo, porém um dos garotos maiores coloca o pé no corredor para o menininho cair e isso se concretiza. Todos do ônibus começam a rir.
– Você é uma porcaria, com este seu jeito! Nunca será nada na vida. – diz o menino maior para o garotinho no chão com cabeça baixa.
– Minha mãe vive falando que você é doente, mas eu acho que tu és mais uma merda! – falava o outro menino.
– Você gosta de outros garotos, isso é coisa do diabo! Você não tem Deus! – dizia o ultimo menino.
O garotinho chorando senta sobre seus pés no solo frio do ônibus. Suas lágrimas eram tão intensas como a chuva e o vento fora do veículo.
– O que tem de errado com isso? – pergunta o garotinho – Eu entendo vocês! Eu choro todas as noites antes de dormir pedindo ao papai do céu que eu não seja assim, porque eu sei que meu pai quer que eu tenha uma mulher e filhos, não quero decepciona-lo. Eu rezo de joelhos todas as manhãs para papai do céu me mudar ou para me levar junto a ele, porque vocês me julgam e me apedrejam todos os dias, roubando o meu lanche, jogando meus cadernos no chão, jogando minha maletinha para fora da sala e é por isso e tudo mais que não contei ao meu papai! Desculpa por eu existir, por eu ser assim, do meu jeitinho! – o garotinho levanta-se e senta-se em seu banco anterior.
Ninguém falava, apenas se ouvia o barulho da chuva e o som que o motor produzia e por longos minutos isso acontecera. O ônibus para e os três meninos maiores descem do mesmo. O veículo anda mais alguns minutos e o garotinho chorando desembarca desanimado.
Ele ouve o ônibus partir e cada vez o som do mesmo se distanciava até que o som da chuva se tornava com maior volume. O garotinho andava segurando com força em seus braços a sua maletinha enquanto ainda chorava e em uma mão segurava o desenho agora amassado para mostrar a seu papai, ele andava na estrada de chão até sua velha casa.
O menininho pisando no barro bate na porta de madeira cinza na frente da sua casa. Seu pai abre a porta com uma cara braba.
– Um menino me ligou aqui em casa e me contou o que aconteceu no ônibus, tudo o que você falou! – gritava o pai furioso. – Suma da minha frente seu verme podre! – O pai chuta o menino para meio a uma poça d’água ao lado e fecha com vasta força a porta.
O garotinho chorava em silêncio, os dois cães deitavam ao redor dele para que não se passe ainda mais frio. O menino tremia encolhido ao barro segurando o desenho e sua maletinha com força.
– Desculpa papai – sussurrou o garotinho no escuro com suas ultimas forças.
A noite percorre com a chuva que amenizava aos poucos até que chega o dia, com um belo sol no horizonte e o céu limpo. O pai do garoto abre a porta segurando uma cinta.
– Cadê você moleque desgraçado? – grita o pai, porém o mesmo vê o garoto ao lado, do mesmo jeito que viras no dia anterior, só que agora pálido. – Levanta-te! – Ordena o homem vendo os cães ao redor do menino. – Eu disse levante-se! – gritava o pai.
O garotinho não respondia e não se mexia, com raiva, o pai pega pelo braço do menino e levanta-o com força. O pobre garoto estava gélido, sua pele branca, mas abriste um de seus olhos respirando com dificuldade.
– Desculpa papai – sussurrou novamente. Ele fecha o seu olho escorrendo a sua ultima lágrima, a sua ultima força, assim ele morre nas mãos do papai que tanto amava.
O garoto morre e uma de suas mãozinhas abre, o seu pai larga sua cinta e pega um papel amassado abrindo-o e o mesmo começa a ler.
“Papai, tenho que te contar uma coisa, mas não quero que fique brabo comigo, não aguento mais, eu queria morrer antes que você soubesse, mas eu vou falar: Nunca terei em meu futuro o que tu tanto desejas de mim, papai, eu não sou como os outros meninos, pois não gosto do que eles gostam, não ouso o que eles ouvem e não vejo o que os mesmos veem. Desculpa por eu ter nascido, mas este é o meu jeitinho! Eu quero ser muito feliz ao seu lado papai. Diga por mim à mamãezinha que eu a amo muito quando ela ligar novamente e saiba que eu te amo um tantão assim:”
O pai em prantos vira a folha amassada e vê o desenho do seu filho agora morto: desenhado com giz de cera, eram os dois, pai e filho de mãos dadas no meio de um coração que ocupava a folha inteira e em baixo escrito “Papai te amo”!
Não gere tristeza, lágrimas, ódio e tudo que seja mal neste mundo, pois nada disso vai te trazer felicidade. Não julgue ninguém antes de conhecê-la, pois tu podes errar com seu conceito. Não tenhas ódio de alguém, pois essa pessoa pode te ajudar. Não grite com ninguém, pois palavras machucam por muito mais tempo. Tente ser a pessoa mais perfeita, mais carinhosa, mais humana dentre todos. Seja bom, ajude as pessoas e ajude a este mundo ser melhor, ainda há tempo!

Palavras do Autor:

Obrigado por ter lido!
Autor: Lucas Monteiro
Contatos:   https://www.facebook.com/lukkas.monteiro
Amo vocês, meus queridos leitores!

2 comentários:

  1. N meu filho sem comentários,APLAUSOS,escreve mais algumas coisas assim,são de tocar os corações mais perdidos.

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