Quero
vê-lo sorrir!
Sentia-me
leve, como se pudesse voar, muito enervante e emocionante. Mesmo aproveitando
tal momento sentia que estava me esquecendo de algo muito importante, mas o que
seria? Se fosse importante provavelmente não me esqueceria. Um garoto de mais
ou menos 16 anos chorava ruidosamente, isso fez meu coração apertar, não queria
que chorasse daria qualquer coisa por vê-lo sorrir, então por quê não sorria?
Aproximei-me e sua beleza era um refresco para
meus olhos, era tão lindo com seus cabelos negros lisos e longos, minhas mãos
coçavam por sentir tal suavidade. Não parecia medir mais de 1,70 e estava um
pouco magro para meu gosto, mas mesmo isso o deixava com ar indefeso me fazendo
ter vontade de recolhe-lo em meus braços para proteger do que lhe afligia. Me
aproximei dele e como se sentisse minha presença levantou o rosto, isso me
tirou o fôlego, seus olhos era de um azul tão celestial com longos cílios
negros e com a boca rosada completava o quadro da perfeição, mesmo as lágrimas
escorrendo por seu rosto não lhe tiravam a beleza, só que tinha a certeza de
que um sorriso enfeitando seus lábios seria como ver o nascer do sol. Tal
certeza me assustou quando este pensamento me veio, até parecia que eu já o
tinha visto sorrir, mas se fosse assim me lembraria.
-
Nao-chan vamos? - Seu nome fez meu peito aquecer de alegria, queria poder
testá-lo em meus lábios para ver qual seria o som. A mulher que se parecia com
ele aproximou e Nao limpou suas lágrimas rapidamente. - Eu sei querido, você
não quer ir, mas é o melhor. Saindo daqui poderá fazer novos amigos e começar
de novo. - Dor passou em seus olhos azuis e se encheram de água, me aproximei
para confortá-lo, mas minhas mãos passaram direto por ele. Por quê não
conseguia tocá-lo? Tentei novamente e nada. A ficha caiu e percebi que
provavelmente eu era um fantasma, mas não conseguia me lembrar de nada antes de
agora. Olhei novamente para o garoto de cabelo negro e novamente um sentimento
de nostalgia se apoderou de mim.
-
Não quero ir! - Fez uma carranca. Penso que estava tentando provar um ponto
mostrando essa cara desgostosa, mas a única coisa que parecia para mim é que
estava mais fofo do que antes.
-
Conversamos sobre isso já! - A Senhora que provavelmente era sua mãe o ajudou a
levantar. Percebi que segurava algo, me aproximei e vi que era um álbum de fotos,
deveria ser muito importante, pois estava fazendo um agarre de morte no
objeto. Fui com eles, já que o simples
pensamento de não o vê-lo me fazia mal.
A casa nova era realmente bonita, branca com
janelas azuis e tinha dois andares, com um jardim bem cuidado. Admirando-a
olhei para Nao que permanecia dormindo, devido aos círculos negros embaixo de
seus olhos podia dizer que ele precisava desse coxilo.
Era
estranho poder sair do carro sem abrir a porta, mas assim que saí Nao abriu os
olhos e em pânico olhou ao redor, abriu a porta e saiu, fui para o seu lado com
intuito de acalmá-lo e instantaneamente ele voltou ao estado de paz. Isso me
fez sorrir um pouco, por saber que podia causar este efeito nele.
- Feita por Finn
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