CAPÍTULO
II
O amor é agridoce
Logo
depois de saírem do restaurante, Haru disse a Takashi que gostaria de ir a
outro lugar para comemorar o sucesso de mais um contrato.
-
Haru: Vamos Takashi, a noite mal começou vam-
-
Takashi: Deixe de ser exagerado!- Interrompendo Haru - Parece uma criança do
primário. Amanhã teremos que acordar cedo, porque nosso vôo sai cedo. Entendo
que estejas feliz por mais um contrato... Mas... Você sabe a posição que tem, e
que não podes sair por aí para beber, pois você poderá ser visto por outras
pessoas. Lembre-se que és filho do grande Tsubaki Hiroshi e –
Haru
irritado saiu na frente deixando Takashi para trás falando sozinho. Chegando ao
hotel, não se despediram, pois Haru subiu na frente sem deixar que Takashi o
seguisse. Em seu interior pensou consigo:
-
Haru: O que ele pensa que eu sou? Eu sei que tenho minhas obrigações e deveres.
Mas eu queria comemorar com ele, me divertir com ele, rir com ele... N-Não,
calma. O que é isso que estou pensando?!
Ainda não tinha caído a ficha para
Haru, mas ele estava gostando de Takashi e tentava ver esse tipo de coisa de
outra maneira como apenas bons amigos de infância. Quando pensou:
Haru:
Sou um homem! – Afirmou com toda certeza – Não posso me exceder como da última
vez. - Ficando pensativo - Vou sair sem que ele perceba.
Ao chegar ao quarto, tirou logo o terno, deixou o celular, pegou a
carteira e saiu.
Já passavam das 22h00min, quando
deixou o hotel. Andando pela cidade encontrou um barzinho simples, mas bom o
suficiente pra ele. Ali, ninguém o veria nem o reconheceria. Sentou-se e pediu
um drink. Logo começou a refletir sobre o que tinha dito e feito. Enquanto
isso, Takashi sentia-se infeliz, achando que tinha feito algo horrível foi ao
quarto de Haru para lhe pedir desculpas. Chegando ao quarto bateu e chamou:
-
Takashi: Haru, Haru, por favor, abra a porta! Vamos conversar!
Sem ouvir qualquer resposta, tentou
ligar para ele. Só que ele ouvia o toque do celular de Haru e nem um movimento.
Pensou que seria impossível que estivesse dormindo, porque não fazia nem sequer
15 minutos que tinham chegado. Achou esquisito e desceu para recepção para ver
se tinha saído. O pessoal da recepção disse que ele tinha saído há alguns
minutos. Takashi começou a ficar preocupado e saiu para procurá-lo. Porém, ele foi
à direção oposta ao de Haru.
Haru
já estava ficando um pouco tonto, quando percebeu que o barman era o empregado
do hotel. Então, um pouco confuso com a situação, perguntou:
-Haru:
O que você está fazendo aqui?! Você não trabalha no hotel? Por que está aqui? -Perguntou estando intrigado.
O
empregado um tanto surpreso com tal reação, disse:
-
Empregado: Trabalho meio período no hotel e à noite dou uma ajuda a um amigo
aqui. Eu me chamo Ka-
-Haru:
Eu conheço você de algum lugar, não sei como, mas sinto isso!
O empregado não disse mais nada.
Apenas disse que o levaria de volta ao hotel. Haru aceitou, porque já não estava
se sentido bem. Haru disse que poderiam pegar um táxi, mas o empregado disse
que seria melhor ir andando, para aproveitar a brisa da noite e também eram
apenas três quadras até chegar ao hotel e não havia necessidade de pegar um
táxi. Ao chegar ao hotel, o empregado subiu com ele.
Haru estando cansado entrou com
pressa no quarto. O empregado não conseguindo mais se conter foi até ele e disse-lhe:
-Empregado:
Até quando você pretende me ignorar? Já estou arrependido do que fiz!
Haru
não entendendo o que ele quis dizer, virou-se de costa desordenado. O empregado
aproveitou a chance para ficar por trás de dele; começou a passar mão por
dentro de sua camisa, fazendo com que Haru ficasse todo confuso, disse:
-Haru:
O que você vai fazer? N-não faça isso!
Mas
Haru estava meio que sem forças para reagir por causa da bebida. O empregado
disse-lhe enquanto tirava a roupa:
-Empregado:
Você sentiu minha falta?
-Haru:
O que? Quem é você? Por que está fazendo isso?
O empregado percebendo que ele ainda
não o reconhecia, começou a beijar seu pescoço e a acariciá-lo. Haru sentiu um
frio na espinha. E logo seus sentidos foram tomados por aquele momento. As mãos
tremiam com cada toque, o suor escorria por seu corpo, almejando sentir ainda
mais aquele desejo pecaminoso. Cada vez mais ia deixando de lado a hesitação,
permitindo que ele o tocasse. O empregado tirou a camisa dele, logo começou a
descer a mão lentamente, de repente ouvisse um gemido de prazer:
-Haru:
Ahhh… Pa-re, is-so tá errado!
Haru
se sentido envergonhado abaixou a cabeça, mas o empregado levantou sua cabeça e
disse em seu ouvido:
-Empregado:
Não precisa ficar desse jeito, apenas relaxe e viva o momento intensamente...
Logo, a noite que estava fria como o
inverno, se tornou quente como o verão. A união de duas almas estava prestes a
se concretizar. Quando Haru lembrou-se de alguém do seu passado. No como eles
eram parecidos. E parou e perguntou:
-Haru:
Qual o seu nome?
O
empregado parou e refletiu sobre aquela pergunta e respondeu:
-Empregado:
Sou apenas um pássaro solitário que vive preso em sua gaiola, esperando o dia
em que se verá livre.
Haru não compreendendo sua metáfora,
decidiu não perguntar, mas sobre o assunto. A brisa suave acalentava os corpos
nus, enquanto Haru voltava ao paraíso ofegando o amor de um velho coração
machucado pelo passado. Lembrou-se de como amor poderia ser doce e ao mesmo tempo
amargo.
A noite pareceu longa para os
amantes, mas antes que o sol nascesse o empregado deixou o quarto com Haru
ainda deitado na cama dormindo.
Takashi ainda preocupado com Haru
levantou-se cedo e foi para o seu quarto. Bateu na porta e o chamou. Ao
acordar, Haru estava com uma dor de cabeça horrível por causa da bebida. Pensou
ter tido um sonho muito estranho, mas logo percebeu que aquilo que era
‘’sonho’’, tinha sido realidade. Rapidamente abriu a porta, mas não deixou
Takashi entrar. Takashi que no início estava aflito, suspirou de alívio ao
vê-lo. E perguntou-lhe:
-
Takashi: Onde você se meteu ontem? Você poderia ter me avisado que iria sair-
Antes que Takashi terminasse de
falar, Haru disse que já estava bem e que precisava apenas descansar um pouco.
Takashi: Você só pode está de
brincadeira. O nosso vôo sai daqui à uma hora. Foi você que disse que queria
voltar para Tóquio o mais rápido possível. Agora vá tomar um banho e se arrume.
Vou fazer o check-out. Iremos tomar café no aeroporto. Ande logo!
Haru
meio que pensativo, foi se arrumar. Takashi percebeu algo estranho com ele.
Pensou no que poderia ter acontecido com ele naquela noite.
Enquanto Takashi realizava os
procedimentos para sair do hotel. Haru começou a ter um flash back da noite
passada. Foi nesse momento que lembrou onde o conhecia o do porquê de está ali.
Não acreditando naquilo, ligou para o serviço de quarto perguntando se ele
estava. A supervisora perguntou o nome de quem ele procurava, mas Haru disse
que não sabia (na realidade ele prometeu nunca mais pronunciar este nome). Não
podendo fazer nada, teve que deixar o hotel sem saber o paradeiro dele.
No avião mantinha-se calado,
pensativo e distante do mundo real. Takashi um pouco impaciente com aquilo,
perguntou:
-Takashi:
O que está acontecendo?
-
Haru: Não é nada. Apenas me deixe em paz! –Disse num tom ríspido.
Takashi
vendo que a situação não estava boa, apenas o deixou sozinho.
Haru
pensava consigo:
-Haru:
Não pode ser essa pessoa! Mas... O toque é igual! O jeito como... N- não pode
ser ele?! Não acredito que caí novamente, por quê? Por que isso aconteceu
depois de tantos anos? Desde que saí da faculdade nunca mais o vi. Não pode
ser!
Haru descontente com aquilo
decidiu esquecer por enquanto e prosseguir com a viagem em paz, pois não queria
magoar Takashi mais do que já tinha feito. Enquanto Takashi ansiava saber o que
tinha realmente acontecido.
Continua...
- Feita por Tamori Mei
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