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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Primavera em pleno inverno

Capitulo 1 -  O encontro 
Minha primeira vez em em uma escola nova em seis meses, acho que é um novo recorde, nunca tinha ficado tanto tempo em um mesmo lugar. A mudança não deixara minha mãe satisfeita, bem ela nunca realmente estava. Tudo foi tão repentino que mau deu tempo para o novo uniforme, sorte ele ser tão simples calça preta e camisa branca.
- Combina perfeitamente com meu rosto – falei tranquilamente enquanto olhava o reflexo no espelho os grandes hematomas nos braços e rosto o corte ainda não cicatrizado no lábio que doeu quando sorri.
- Que bom ser inverno – minha mãe fez uma pausa enquanto olhava para as próprias mãos – Assim não causara problemas.
Sua voz era suave e de certa forma senti alivio nela.
- É sempre um prazer. Mãe. - Pude notar seu rosto contrair ao ouvir meu comentário mais já retornado a sua habitual mascara pacifica.
Duas semanas atrás eu estava em uma escola perto da estação central mais por diversos fatores tive de ser transferido, acontecimentos que me fizeram ficar dois dias no hospital e ouvir muitas criticas.
O caminho até o colégio era feito de ônibus, o que dava tempo pra dormir esparramado em um banco com o rosto na janela.

Com o vento cortando através da blusa de lã, corri até o portão somente a tempo de ouvir o sinal tocar anunciando que eu já estava atrasado. Subi correndo pelas escadas com a folha dos horários apertada na mão procurando a secretária.
- Parado ai estudante! - a voz roca veio logo acima de mim, fiz um movimento rápido parando momentos antes de me chocar contra o professor com uma régua de madeira nas mãos.
-Você deve ser o aluno transferido.
O comentário veio mais como observação do que pergunta, seus olhos me examinaram cautelosamente como que olhando uma especie de animal raro.
Apenas assenti com a cabeça.
-Vamos já está atrasado rapaz .
Seguimos até a secretaria o que foi fácil com um guia, que estava mais para um militar do que orientador estudantil. Paramos na entrada da secretaria a sala tinha uma divisória de madeira.
-Aqui, espero que não cause problemas.
A advertência veio entre os dentes mais como um rosnado ameaçador, pouco diferente das outras escolas que eram apenas olhares reprovadores e de desprezo.
Segui sua orientação e fiquei aguardando no corredor estreito com um banco já gasto e uma parede espelhada, sentei com os antebraços apoiados sobre as coxas as mãos apertadas deixando as juntas brancas, olhando minha própria imagem o garoto magro, alto de cabelos alaranjado lisos que caiam cobrindo a testa sombreando os olhos castanhos claros, contrastando com o tom azulado no canto da boca, a camisa com alguns botões aberto deixando a clavícula exposta lembrando que esqueci de colocar a gravata.
Minha concentração foi quebrada com o retorno do meu guia com uma expressão menos amigável que a anterior.
– Siga-me . --foi mais cuspido do que falado – Você tem mais sorte do que merece, já vou lhe avisar cause qualquer confusão e vou me certificar pessoalmente que seja expulso.
O corredor foi feito mais como uma maratona andada até que paramos em frente da classe 2 A e no segundo seguinte estava me apresentando para classe.
– Sou Riu Storne.
Silêncio e olhares inquisidores, trazendo em minha mente as palavras de minha mãe – “ Cause problemas na nova escola e vai direto para a casa do seu pai”
– Sente-se ali, Riu tem um lugar livre ali ao lado do Seika.
A professora apontou para um lugar perto da janela onde havia duas carteiras vazias. Fiz meu melhor esforço para abrir os livros novos sobre a mesa na tentativa de estudar, porem minha atenção foi desviada para a janela que dava para o patio três andares abaixo, o movimento de um grupo de garotos correndo para fora do pequeno bosque nos fundos da escola em direção ao muro pulando e alcançando a rua, conheço esse tipo de fuga imagino que não tenham feito nada bom.
O sinal fez com todos na sala se agitassem para o almoço, com menos pressa guardei os materiais na mochila, pegando o almoço sanduíche e suco de laranja.
Encontrei um lugar para almoçar no patio de traz da escola sentei na grama encostado na mureta que divide o bosque do patio.
– Perfeito, hora de comer. – enquanto saboreava meu almoço, ouvi um choro baixo o que me pareceu uma menina – oi tem alguém ai? – levantei e olhei ao redor por cima da mureta.
– Oi ... – antes de terminar a frase segui o som até o outro lado, pulei a mureta e caminhei até ver a pessoa que chorava, encolhida abraçando as próprias pernas, de estrutura pequena os cabelos loiros cobriam as orelhas escondendo o rosto sobre os joelhos, apesar de estar sentado era claramente menor que eu não passando de um metro e sessenta.
A primeira vista achei ser uma garota mais quando cheguei perto, percebi que estava sem camisa era claramente um garoto.
– Oi. Você o que foi?
Ele apenas levantou a cabeça com o rosto vermelho cheio de lágrimas, fiquei surpreso ele era realmente bonito seus grandes olhos azuis na face pequena e delicada os lábios uma linha reta fina e branca pelo frio.
Dei mais um passo e ele voltou a se encolher, com espasmos que acho ter sido pelo vento que começou a soprar.
– Estou bem. – a voz pareceu cortar no ar.
Olhando ao redor percebi que tinha vários cadernos e livros espalhados pelo chão porem nenhuma camisa ou blusa.
– Parece muito bem. – sentei na mureta ao seu lado, foi mais como um reflexo que qualquer outra coisa, tirei meu suéter e soltei sobre seu ombros, ele balançou a cabeça com surpresa em sua face.
– Obrigado. Não precisa se preocupar.
– Pode ficar, você esta congelando.
Apesar da surpresa ele ajeitou a blusa no corpo fechando os botões atrapalhadamente enquanto soluçava parecendo estar se tranquilizando.
– Me desculpe e obrigado.
Eu já estava recolhendo os livros quando ele se levantou.
– Acho que são seus – Falei ao olhar em seus olhos, confesso que fiquei surpreso com a aparência dele era bonito demais para um garoto, minha blusa ficou grande em seu corpo delgado fazendo-o parecer mais delicado, tive de desviar os olhos.
– Sim, são meus. – sua voz calma ainda com um vestígio de vergonha.
Sentamos na grama enquanto ele terminava de arrumar as coisa na mochila, o sinal tocou me fazendo lembrar das aulas levantei rápido.
– Nos vemos, por ia. – e sai correndo esquecendo completamente o almoço.
Quando entrei na sala faltava alguns alunos e o professor, subi as escadas tão apressado que só me recordei dele quando sentei na cadeira.
– Grande estupido! – saiu em voz alta que alguns olhares se levantaram e logo voltaram para seus próprios cadernos.
Finalmente as aulas terminaram, segui o caminho para casa o frio corta minha pele como pequenas agulhas de gelo, fiquei satisfeito por ir de ônibus lotado. As luzes apagadas prova de que ninguém estava lá joguei a chave sobre a mesa da cozinha li o bilhete da minha mãe:
“o jantar esta no forno e espero que não tenha arruinado mais uma escola”a forma que as palavras estavam escritas mais pareciam um bronca. Deixei tudo como estava e fui para um banho quente, com os olhos fechados enquanto a água caia sobre minhas pálpebras veio a imagem dos garoto com seus olhos profundos e tristes, balancei a cabeça para afastar o pensamento.
– Devo estar ficando louco, porque raios estou pensando nele.
Deitei tentando esquecer do dia, que devo ter sido vencido pelo cansaço. Acordei com o despertador estava quase atrasado.
Dois dias tinham passado, eu estava distraído olhando pela janela quando ouvi a cadeira ao meu lado mover.
– Bom dia. – Veio tão baixo que olhei pra ter certeza que foi comigo.
– Bom dia. – Sentado ao meu lado estava o garoto magro de grandes olhos azuis sorrindo timidamente com uma das mãos esticada segurando uma sacola.
– Obrigado pela blusa.
– Sem problemas. – Peguei a sacola quase mecanicamente deixando sobre a mesa. – Você está bem? Quero dizer se sente melhor?
Fiquei surpreso comigo, nunca fui atencioso com ninguém muito menos com homens, ele apenas assentiu e sorriu timidamente virando-se para frente com a chegada do professor.
Perdido em minhas anotações das aulas nem percebi o sinal para almoço, fiquei ordenando-as enquanto tentava comer o sanduíche, percebi a sombra sobre meu caderno levantei os olhos.
– Oi, eu acho que não me apresentei sou Seika. Takeda Seika.
– Riu Storne.
– Posso almoçar com você?
– Bem. Claro se quiser. – empurrei os livros e cadernos para o lado, pensando comigo mesmo como sou idiota em ficar nervoso com ele ao meu lado. Conversamos enquanto me ajudava nas anotações.


  • Feita por Jared
Seja muito bem vindo e lamento demais a demora ç.ç

3 comentários: