Quantas vezes o observei de longe? Não sei
quando começou, ou ao menos como, a única coisa que sei é que seu perfume
impregnou meu sistema, fiquei de tal forma que mesmo que tentasse muito
duramente reprimir esses sentimentos eu não conseguia. No início eu queria
negar, pois estava apaixonado por um homem, e mesmo vivendo em pleno século XXI
ainda existe o tabu a quem você pode ou não amar, por mais que não me
importasse com a opinião alheia não queria que a pessoa que tanto observei e
cuidei de longe me olhasse com rejeição.
Estava observando-o pela janela, a minha
sala de aula estava de frente a um salgueiro, que era sempre aonde ele sentava
para ler, as vezes pegava um vislumbre de um dos títulos de seus livros, mas a
maioria pelo que percebi eram de história ou filosofia, honestamente odiava
esse tipo de livro, mas era tão interessante ver seus dedos longos passando as
páginas, enquanto o vento bagunçava seu cabelo castanho que ia até o ombro, até
mesmo seus olhos negros como a noite em estado de concentração me fascinava,
era enervante não saber o que ele pensava, ou se alguma vez ele me notou.
Instantaneamente esse pensamento foi descartado de minha mente, não queria
começar a entrar na aura negra que as vezes aparecia para me dar um
"oi". Sua mão direita moveu o cabelo que estava em seus olhos para
atrás da orelha, quem diria que uma orelha poderia ser tão bonita? Divagando em
pensamento, percebo que estou sendo observado e congelo quando o vejo me
olhando, corando viro para encarar o professor de matemática, meus nervos
começaram a se sobrepor sobre mim e comecei a me xingar mentalmente.
- Masara venha
resolver este exercício. - Meio assustado com o pedido repentino do professor
tropeço em meus pés e agarro a cortina para me segurar, que se solta e se não
fosse por meu amigo Taki teria caído para fora da janela, meu coração disparado
pela vergonha. - Tome mais cuidado! - O professor me repreende, me curvo
pedindo desculpas e meus olhos olham para fora e percebo que ele esta cobrindo
sua boca ( que era incrivelmente linda), prestando um pouco mais de atenção vi
que ele estava tentando esconder um sorriso, finalmente consegui ficar mais
constrangido do que já estava e sento com a intenção de me fundir com a cadeira,
eu queria que ele me notasse, mas não como um idiota, suspirei e resolvi deixar
isso de lado afinal eu já fiz a besteira que pelo menos o fez sorrir. Com esse
pensamento passei meu dia entre aulas e eu caindo de alguma forma inexplicável,
aulas e eu passando mais vergonha, aulas e os professores exasperados comigo,
aulas e bom eu me aguentando, acho que eu não sou a pessoa com o melhor senso
de equilíbrio ou melhor atenção do mundo, na verdade quanto ao último eu sou
péssimo me distraio tão facilmente que até mesmo o cara mais sexy da escola me
convidando pra sair não me prende a atenção.
Peraí,
o cara mais sexy da escola me chamando pra sair? Como eu não percebi isso?
Olhei Taki e ele estava dando risada da minha cara quando eu finalmente percebi
a minha situação, como isso ocorreu? Eu sou só... eu, um cara de 1,67 que pesa
53Kg, nos melhores dos meus esforços ( ou seja, no inverno quando estou com
muita roupa :3), cabelo negro um pouco comprido para o meu gosto, mas minha
linda mãe gosta dele assim (não minha mãe de sangue, pq ela me abandonou quando
eu era pequeno, mas Anita minha mãe de criação, isso é uma outra história, viu
o que eu disse de ser distraído? :/ ), bem onde eu estava? Ah sim, na parte
aonde descrevia o quão "inacreditável" era a minha aparência, tinha olhos
verdes como musgo, e resumindo sem graça. Finalmente Akira parou de falar e
parecia estar esperando uma resposta, o que dizer se eu não prestei atenção?
- Desculpa, mas
eu não prestei atenção... pode repetir? - O rosto do Akira adquiriu um tom
vermelho, não sei se foi de raiva ou vergonha, mas o tique em seu olhos azul me
deu a confirmação quanto a minha última suposição.
-
HAHAHAHAHAHAHAHAHAAHAHA - A gargalhada me pegou de guarda baixa me dando um
susto, que quase me fez gritar como uma menina, senti meu rosto esquentar
quando percebi quem estava gargalhando, era Arata meu amor não correspondido
(que coisa mais melodramática para se dizer, eu nem sabia se meus sentimentos
era ou não correspondidos, mas... provavelmente... lá vai eu entrar na aura negra
de novo --' ).
- O que você
quer aqui? - Akira perguntou com raiva, lágrimas de tanto rir escorriam pelo
belo rosto de Arata e eu queria sumir, será que não vendem pó de pirlimpimpim,
essa seria uma ótima hora para usar. Finalmente Arata se acalmou o suficiente e
olhou para o seu amigo (não fiquem chocados, eles são amigos).
- É que foi
interessante ver a cara dele... e a sua... - Ele deu mais uma risadinha, então
tive a certeza que Arata sabia que eu não estava prestando atenção, corei
furiosamente.
- Você tá
deixando ele constrangido, seu idiota! - Por mais que Akira estivesse certo, eu
estava feliz por ter olhos de Arata em mim duas vezes em um dia,
quão miserável eu era? Arata deu de ombros e continuou me olhando.
- Humm... eu
sinto muito, mas eu tenho compromisso por isso não vai dar para sair. - Akira
me encarou seus ombros cairão um pouco, mas assentiu, se virou e foi embora. -
Ano... Poderia dizer que eu pedi desculpas novamente? - Disse ao Arata que me olhava com ar
divertido, ótimo! Agora posso trabalhar de palhaço!
- Eu até
poderia... mas isso vai custar um preço? - Seu olhar mudou para algo que eu não
tinha visto ainda em seu rosto e nem sabia o que era.
- MASATA! - Taki
veio por trás e me abraçou, ele sempre teve essa mania, desde criança, tudo bem
que eu não era um adulto, mas eu já tinha 15 anos, isso conta como alguma coisa
certamente, mas na mente de meu amigo isso não era nada, ele ainda me via como
o garotinho chorão. - Vamos para casa, tem bolo de chocolate e podemos jogar um
pouco, dessa vez eu vou ganhar de você e daí... - Ele deu uma mexida na
sobrancelha de uma maneira sugestiva. Revirei meus olhos, ele gostava de fazer esses
jogos na frente das pessoas.
- Tá, mas
desgruda! - Empurrei-o. - Depois conversamos. - Disse a Arata enquanto saia,
mas ele puxou meu braço.
- Amanhã você
terá que me pagar por ser um garoto de recados. - Sua voz masculina e melodiosa
sussurrou em meu ouvido e como se não fosse muita tentação deu uma mordida no
lóbulo da minha orelha que arrepiou todo o meu corpo. Ele saiu enquanto eu
fiquei ali contemplando o que foi que desencadeou essa reviravolta e como
diabos o cara que eu gostei pudesse ter esse lado perverso que me deixou com os
joelhos fracos e me amaldiçoando por não o agarrar e satisfazer meu libido.
- Feita por Finn
Ui adorei!olha eu quero continuação hein!
ResponderExcluirbeijos e abraços paola-chan!��
As melhores fics que já li são as suas. Fico deslumbrada cada vez que bato o olho nas suas estórias *^* Expero sempre o melhor de vc e vc nunca decepciona ^^ Obrigada :3
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